Podemos ter em breve a notícia da primeira morte em função
da greve dos caminhoneiros. Sem condições de atender, por falta de medicamentos
entre outras dificuldades, hospitais do Oeste de Santa Catarina já diminuem a
sua atuação e podem parar de receber pacientes nas próximas horas ou dias. Nos supermercados falta comida. Nos postos de combustíveis
não há gasolina – e cidades inteiras deixam de funcionar.
Aqui cabe um momento de reflexão meu, que sempre defendi as greves mesmo com os danos que elas naturalmente precisam causar. Quantas discussões tive com pessoas que achavam o maior cúmulo de suas vidas ter menos ônibus circulando, passar mais tempo no trânsito ou deixar de ter um dia de aula devido a uma manifestação. O leitor pode se questionar por que diabos desta vez eu sou contra. Excelente questão. Pr’além do exposto no primeiro parágrafo, que já me faria questionar qualquer luta que eu fizesse parte, me dói a razão de profundo egoísmo que gera as tais manifestações.
Aqui cabe um momento de reflexão meu, que sempre defendi as greves mesmo com os danos que elas naturalmente precisam causar. Quantas discussões tive com pessoas que achavam o maior cúmulo de suas vidas ter menos ônibus circulando, passar mais tempo no trânsito ou deixar de ter um dia de aula devido a uma manifestação. O leitor pode se questionar por que diabos desta vez eu sou contra. Excelente questão. Pr’além do exposto no primeiro parágrafo, que já me faria questionar qualquer luta que eu fizesse parte, me dói a razão de profundo egoísmo que gera as tais manifestações.
Não vou entrar no mérito que a profissão de caminhoneiro (mesmo com diesel alto e frete defasado) é uma das mais bem remuneradas no país, especialmente neste nível de escolaridade. Sou filho de um profissional desta área e sei que ninguém passa fome com ela – muito, mas muito longe disso. O pai sempre comentou de maneira orgulhosa que se quisessem eles poderiam parar o país. Só que a questão já deixou o âmbito dos caminhoneiros, que é uma classe que tem sim muito a reclamar, pois é forçada por seus patrões a não dormir enquanto circulam dia e noite em rodovias horrorosas.
Tal qual em junho de treze (mudando apenas o estopim), uma
parcela imponente, audaciosa e conhecida da população toma para si uma luta e a
conduz para os caminhos que deseja. Parte esta notoriamente apoiada – e/ou
direcionada e financiada – pelo empresariado e setores historicamente ligados
ao capital. Esta minoria, que perdeu nas urnas em 26 de outubro, retorna na
busca de um terceiro turno. Não importa o que digam, eles querem mudar o executivo federal de qualquer maneira, por qualquer justificativa. É preciso aceitar que o PT venceu, tem mais quatro
anos de um governo recentemente desastroso e que não existe base legal para um
impeachment.
Kadu Reis
(Este texto representa única e exclusivamente a opinião pessoal do autor)
(Este texto representa única e exclusivamente a opinião pessoal do autor)